quinta-feira, 25 de outubro de 2007

O celeste, na terra

O medalhão dourado desponta no negro céu pontilhado.
Majestosa, a luz dourada empurra a escuridão para rincões desconhecidos.
Á medida em que ilumina as terras descobertas,
recobra tempos em que prateava, mais alta, os mares atlânticos.

A escuridão, ofuscada pelo mais romântico corpo celeste
parece esconder-se no peito deste corpo terrestre
habitado, também por mais belas, tenras e prazerosas lembranças.

Fato é que, do inesperado, do insoço e do insípido
surge uma tormenta, agitando o que outrora calmo estava
e arrebata, com a força de leão, que urge entre as pedras e ondas
a tranqüilidade que me incomodava alma.

Sigo incomodado, agora, não mais pela ausência, pelo vazio,
mas sim pela presença tua, longe dos meus olhos,
dentro de mim, fora do meu alcance.

O pacífico Atlântico

Entregue as tormentas destes verdes mares bravios,
empurrado pelos ventos que sopram teus cabelos,
a açoitar meu rosto e embalar meu corpo.

Brilha em meus olhos não apenas o calor do teu peito,
mas a Lua, ali pertinho, só para nós dois, prateando a imensidão infinita.
As ondas, insistem em nos derrubar, mas apenas
embalam sonhos e faz dançar, aproximando dois, fadados à distância.

Contradições como limites de tempo, espaço, outros...
apenas servem para enebriar minhas razões.
Assim, fora de mim, quero que aqueles "último minutos"
não escoem jamais!

Teu silêncio me invade
teu beijo me cega
teu corpo me domina

O meu eu, é teu.

XXIV.X.MMVII