domingo, 1 de julho de 2007

A casa é tua

Não consigo mais escrever.
Tirem-me a pena, o teclado, os papéis.

Estou seco!
O vinagre penetrou em minhas entranhas
e nada mais resta do que um ser disforme
uma folha, rabiscos do que outrora
já foi habitado por muita vida,
sangue, amor, luzes, cores e ar!

Falta-me o ar,
desapareceu o amor.
Partiu o beijo.
O que ficou, o que resta é
apenas as lembranças e a dor!

Lembranças de um tempo bom,
de um tempo ruim, mas presente!
A dor, de lembrar que isso tudo,
um dia existiu.

Te deixo partir.
Vai! Aqui fico eu, te empurrando
pra fora!
Desejo que olhes para trás!
Que batas à porta, que não peças para
entrar.

A casa, sempre foi tua!

XX.II.MMVII

Um comentário:

Anônimo disse...

Tu mentes!
Mentes a ti mesmo.

Tua alma transborda de idéias,
pensamentos, amor.
Há amor em todo o teu ser.
Ainda há muita vida,
Por isto, sofres.

Pueril rebeldia esta que
O consome temporariamente.
Mesmo que te arranquem a pena
O teclado, os papéis.
Ainda assim, escreverás.

Não te agradas de teu presente?
Transforma-o. Ele é efêmero.
Teu futuro reluzente depende
exclusivamente de ti.

Fecha definitivamente a porta
para o passado. Deseja teu
futuro, para que, quando bater
à tua porta,
Reconheça-o.